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Inspirados pelo nosso concurso vamos contar um pouco do surgimento das modernas American IPAs.

Todos já ouvimos a história de como as Pale Ales surgiram na Inglaterra provavelmente no começo do século 18 [4], e as IPAs se popularizaram e ganharam seu nome por conta do comércio marítimo com a Índia embora o primeiro registro que temos do uso de India Pale Ale seja de 1829 na Austrália [10]. Mas estas eram um tanto quanto diferente das que conhecemos hoje. Aqui vamos falar um pouco de como o que conhecemos hoje por American IPAs surgiu.

(Anúncio de 27 de fevereiro de 1835 no Liverpool Mercury) [9]

As IPAs estiveram presente nos EUA desde o seu surgimento na Inglaterra, a Ballantine IPA tem registros que datam de 1878 [11], porém o desenvolvimento da cerveja que conhecemos hoje se dá após a “prohibition”. No pós “prohibition” e pós Segunda Guerra Mundial o mundo experimentou um aumento descontrolado do consumo das “pilsen”. Nos EUA não foi diferente, por um misto de escassez de insumos e demanda por um produto o mais barato possível e que fosse leve e refrescante as “American Lagers” surgiram e dominaram o mercado. Poucas cervejarias continuaram produzindo outros estilos como as IPAs (algumas sobreviventes podem ser encontradas no link [3])

A mais famosa e mais importante dessas cervejas sobreviventes, principalmente para as IPAs foi a já citada Ballantine IPA. Embora ela tenha sido produzida até 1996 não há mais registros de como era sua receita e a nova versão lançada em 2014 foi feita a partir de fragmentos de informações, memória e adivinhação [2]. Na versão pós “prohibition” usava variedades americanas de lúpulo, mas não eram cítricos e frutados como os que conhecemos e no começo além de envelhecida por 1 ano em barris de madeira provavelmente tinha 7.4% ABV, 60 IBU e passava por Dry-Hopping de uma variedade chama de Bullion hoje praticamente extinta além de usarem uma técnica de extração dos óleos essenciais do lúpulo [4].

 (Anúncio de 1935 de cervejas da Ballantine)

Nas décadas de 1950 e 1960 o consumo de “American Lagers” domina o mercado de vez e praticamente todos outros estilos de cerveja desaparecem. Considerado por muitos como o marco inicial da “revolução” da Cerveja Artesanal americana a compra da falida Anchor Brewing Co. por Fritz Maytag em 1969 é também o início da história moderna das IPAs.

Em 1975 a Anchor lança pela primeira vez a Liberty Ale como uma cerveja comemorativa e na primeira produção foram usados lúpulos de Hallertau e com adição de açúcares. Ainda em 1975 a receita foi reformulada para ser lançada no Natal e torna-se puro malte, uma nova variedade de lúpulo conhecida como Cascade foi utilizada. Este lúpulo trazia notas cítricas de laranja. grapefruit, floral e suave terroso. A Liberty Ale era produzida uma vez por ano até 1984 quando entrou em definitivo no portfólio da marca e é produzida seguindo a mesma receita até hoje.

Uma segunda American IPA surge apenas em 1981, a Celebration Ale da Sierra Nevada, também com Dry-hopping de Cascade. Nenhuma das duas cervejas se declaravam como IPAs e o primeiro rótulo a estampar IPA a Grant’s IPA da Yakima Brewing And Malting Co em 1983, era feita com 100% de malte Pale Ale e lúpulos Galena e Cascade.

Gradualmente os aromas cítricos e frutados e o amargor começaram a chamar a atenção do público, novas variedades de lúpulos foram aparecendo e novos aromas e sabores foram possíveis e os Homebrewers tiveram profunda importância na popularização do estilo. Até que em 1989 IPA finalmente aparece como um estilo de cerveja no Great American Beer Festival (GABF). No começo dos anos 1990 IPA já era o carro chefe de diversas cervejarias e desde 1999 American IPAs e American Pale Ale são as cervejas com maior quantidade de inscrições no GABF [4].

Hoje o sucesso das IPAs é notável e inúmeras variações do estilo surgem o tempo todo, como India Black Ale, Red IPA, White IPA, Brown IPA, Coffee IPA, Imperial IPA, Triple IPA, Belgian IPA e agora a que alimenta paixões a New England IPA. O gosto pelo lúpulo é tanto que cerca de 30% das cervejas artesanais americanas são IPAs [5] e no Brasil, embora não tenhamos dados sobre isso é certo que o sucesso é tão grande ou até maior que nos EUA, todas as Lojas especializadas em cervejas artesanais tem geladeiras cheias de IPAs.

Uma coisa é certa, o lúpulo caiu o no gosto do público e no nosso também, por isso vamos celebrá-lo. Saúde!

Fontes:.

1. https://sites.google.com/site/pballantineandsons/IPA-and-Brown-Stout acessado em 31/01/18 às 17:48

2. http://allaboutbeer.com/ballantine-ipa/ acessado em 31/01/18 às 17:48

3. https://sites.google.com/site/jesskidden/jk’smisc.beerpages/american-strong-ales-and-stouts acessado em 31/01/18 às 17:48

4. Steele, Mitch  – IPA Brewing Techniques, Recipes and Evolution of India Pale Ale – Brewers Publication, 2012.

5. http://www.nielsen.com/us/en/insights/news/2017/the-elite-40-top-craft-us-beers-showing-double-digit-growth.html acessado em 01/02/2018 às 13:47

   6. https://sites.google.com/site/pballantineandsons/ballantinetimeline2 acessado em 31/01/18 às 19:49

   7. https://sites.google.com/site/jesskidden/jk’smisc.beerpages/american-strong-ales-and-stouts acessado 31/01/18 às 19:49

8. https://archive.org/details/theorypracticeof00comb acessado em 01/02/2018 às 13:40

9. http://www.foodsofengland.co.uk/indiapaleale.htm acessado em 01/02/2018 às 13:42

10. http://zythophile.co.uk/2013/05/14/the-earliest-use-of-the-term-india-pale-ale-was-in-australia/ acessado em 01/02/2018 às 13:52

11. http://brookstonbeerbulletin.com/ballantine-ipa-return/ acessado em 01/02/2018 às 14:00

 

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